Ansiedade engorda! Não adianta restringir.
Em recente pesquisa das pesquisas (meta análise) fica claro a correlação entre Ansiedade e Obesidade (Transtorno Alimentar). (Ref. 1), no gráfico abaixo, da OMS e do National Institute of Mental Health (NIMH) desde 1950 até 2023 (pós pandemia) a correlação fica mais clara. As terapias atuais focam na restrição do apetite e em dietas específicas e não atacam a causa: ANSIEDADE!
Fonte: OMS, NIMH, Projeção de 2023 é baseada no aumento de 25% médio na taxa de ansiedade pós pandemia.
Nosso dia a dia metropolitano e moderno, automedicação, sedentarismo e insônia, são as principais causas da ansiedade, que se desenvolvem em compulsão (como forma de resposta automática), na alimentação emocional, e na alimentação rápida (que tipicamente é industrializada).
O estudo demonstra as ações que relacionam a ansiedade com obesidade (Ref.1.)
Aqui estão os principais elementos que ligam a ansiedade e a obesidade
Comportamento alimentar emocional: Muitas pessoas com ansiedade podem recorrer à comida como uma forma de lidar com o estresse, ansiedade ou emoções negativas. Isso pode levar ao consumo excessivo de alimentos, especialmente alimentos ricos em calorias, açúcar e gordura, resultando em ganho de peso e obesidade.
Desequilíbrio hormonal: A ansiedade crônica e falta de atividade física podem afetar os níveis de certos hormônios, como o cortisol, que está associado ao aumento do apetite e ao armazenamento de gordura abdominal. Esse desequilíbrio hormonal pode contribuir para o ganho de peso e dificultar a perda de peso.
Sedentarismo: A ansiedade pode levar ao estilo de vida sedentário, onde a pessoa evita atividades físicas devido ao medo, preocupações excessivas ou falta de energia. A falta de exercício regular pode contribuir para o ganho de peso e a obesidade.
Distúrbios alimentares: Algumas pessoas com ansiedade podem desenvolver distúrbios alimentares, como compulsão alimentar ou transtorno de compulsão alimentar periódica (TCAP), nos quais períodos de comer excessivamente estão presentes. Esses distúrbios alimentares estão associados ao aumento do risco de obesidade.
Efeito de medicamentos: Alguns medicamentos prescritos para tratar a ansiedade, como certos antidepressivos, podem causar ganho de peso ou aumentar o apetite, o que pode contribuir para a obesidade em algumas pessoas.
Insônia: Elevados índices de cortisol coíbem a melatonina, dificultando o sono reparador, e consequentemente aumentando insensibilidade de insulina, que engorda. Cortisol em homens reduz a testosterona, reduzindo o basal metabólico (calorias mínimas necessárias para dar energia ao corpo), causando o efeito sanfona, engorda-se mesmo com redução de calorias..
No gráfico abaixo, também produzido pela OMS, a tendência da obesidade IMC>30 (Índice de Massa Corpórea) aumenta mais que o sobrepeso IMC>25 e <30.As pessoas estão ficando mais obesas mais rapidamente. Este gráfico é alarmante, pois todas as doenças crônicas provenientes da obesidade estão mais presentes que no sobrepeso.
Fonte: OMS – População mundial
O efeito sanfona é resultado de combater a consequência da obesidade, não a causa
As recomendações típicas para perder peso são:
Remédios moderadores de apetite, neste item a Semaglutida é o remédio do momento
Adotar uma dieta específica
Fazer ginásticas em academias.
Três estudos claramente demonstram que essa técnica, antiga, não funciona. As razões são estas:
75% das pessoas que iniciam atividade física em academias desistem em 12 semanas. (Ref. 3)
As dietas geralmente são restritivas em algo com número de calorias, ou tipo de alimentos (carboidratos), todas as dietas restritivas são percebidas pelo cérebro límbico como um risco de vida, o que aumenta, imediatamente a secreção de cortisol, que aumenta a necessidade daquela restrição. Essa é a principal razão pela qual praticamente ninguém consegue manter apenas um tipo de dieta até o final da vida (Ref 4).
Uma vez que os remédios moderadores de apetite são abandonados, há reganho de peso.
E o mais importante, se as causas da ansiedade não são endereçadas.
Como combater a ansiedade?
Para combater a ansiedade e posteriormente a obesidade que a mesma produz, é fundamental compreender que as casusas não são as mesmas para todos:
Estresse: Situações estressantes, como problemas no trabalho, na escola, nos relacionamentos, problemas financeiros, eventos traumáticos ou mudanças significativas na vida, podem desencadear ou agravar a ansiedade.
Genética: A ansiedade pode ter uma predisposição genética. Se você tem familiares próximos, como pais ou irmãos, com histórico de transtornos de ansiedade, você pode ter maior probabilidade de desenvolver ansiedade.
Traumas: Experiências traumáticas, como abuso, negligência, acidentes graves, eventos violentos ou situações de perigo extremo, podem levar ao desenvolvimento de transtornos de ansiedade.
Condições médicas: Certas condições médicas, como doenças cardíacas, problemas de tireoide, desequilíbrios hormonais, doenças crônicas ou condições neurológicas, podem estar associadas a sintomas de ansiedade.
Uso de substâncias: O consumo excessivo de substâncias como álcool, drogas ilícitas, cafeína ou tabaco pode aumentar a ansiedade ou desencadear ataques de pânico.
Personalidade e estilo de vida: Algumas características de personalidade, como tendência à preocupação excessiva, perfeccionismo, baixa autoestima ou propensão a pensamentos negativos, podem contribuir para o desenvolvimento da ansiedade. Além disso, um estilo de vida sedentário, falta de sono adequado, má alimentação e falta de apoio social também podem influenciar negativamente o equilíbrio emocional.
É um erro esperar que apenas com o consumo de um medicamento a ansiedade irá terminar, ou arrefecer. inclusive colocado na primeira coluna, a ansiedade aumentou cerca de 25% depois da pandemia (segundo a OMS). Os medicamentos mais comumente utilizados para tratar a ansiedade incluem:
Antidepressivos: Certos tipos de antidepressivos, como os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) e os inibidores seletivos da recaptação de serotonina e noradrenalina (ISRSN), podem ser prescritos para tratar transtornos de ansiedade. Eles ajudam a regular os níveis de serotonina no cérebro, o que pode melhorar o humor e reduzir os sintomas de ansiedade.
Benzodiazepínicos: Esses medicamentos têm um efeito sedativo e tranquilizante, proporcionando alívio rápido dos sintomas de ansiedade. No entanto, geralmente são prescritos apenas a curto prazo devido ao risco de dependência e efeitos colaterais. Alguns exemplos de benzodiazepínicos incluem diazepam, lorazepam e alprazolam.
Buspirona: É um medicamento ansiolítico que atua de forma diferente dos benzodiazepínicos. A buspirona é prescrita para tratar transtornos de ansiedade de longo prazo e geralmente leva algumas semanas para começar a ter efeito.
Beta-bloqueadores: Embora principalmente usados para tratar condições cardíacas, os beta-bloqueadores também podem ser prescritos para reduzir os sintomas físicos da ansiedade, como palpitações, tremores e sudorese. Eles ajudam a bloquear os efeitos da adrenalina no corpo.
Antipsicóticos: Em alguns casos de ansiedade grave ou transtornos de ansiedade resistentes a outros tratamentos, os antipsicóticos podem ser prescritos para ajudar a aliviar os sintomas. Eles atuam na regulação de certos neurotransmissores no cérebro.
Todos esses medicamentos contra ansiedade descritos acima têm efeitos colaterais significativos, tais como perda da qualidade do sono, letargia, diminuição do metabolismo e prejuízo da memória. Além disso, estes remédios podem causar dependência, exigindo doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito.
As terapias alopáticas não tratam de todos os fatores que causam a ansiedade, aliás tratam na maioria das vezes das consequências da ansiedade:
Desequilíbrios hormonais, nutricionais, emocionais não são tratados
Sedentarismo continua
Automedicação de outros remédios contínua
A Falta de compreensão de como se engorda (metabolismo)
A mudança de hábito não é de fato alterada.
Não é possível combater a ansiedade apenas com um remédio ou uma apenas com uma especialidade médica. Sendo a causa multifatorial e diferente em cada paciente, o primeiro passo é fazer um check-up completo e que objetiva compreender se existe causas de traumas históricos, questões genética, estresses contínuos (trabalho, família, econômicos, outros), uso de substâncias e remédios, análise clínica, metabólica e fisiológica, análise de nutrientes e hormînios, sono, bem como hábitos de vida. Uma vez identificadas as causas, as correções podem ser feitas gradativamente, mas dada a complexidade da doença, a melhor recomendação é uma terapia contínua, com monitoramento periódico e exames que podem medir a evolução. Segue abaixo um cronograma dos procedimentos mais adequados para redução da ansiedade e consequente perda de peso:
Veja como a medicina funcional ou integrativa aliada a Cannabis combate a ansiedade
Alguns princípios e intervenções utilizados na medicina funcional podem ajudar a reduzir os sintomas de ansiedade e melhorar o funcionamento do organismo. Estes incluem:
Check-up completo: é necessário compreender a saúde como um todo, integrar a terapia da ansiedade incluindo outras terapias para doenças ou riscos de saúde pré-existentes.
Alimentação equilibrada e personalizada: É fundamental compreender como o intestino de cada paciente processa alimentos, e evita picos de glicose (e de insulina). É fundamental complementar a dieta com alimentos que têm nutrientes identificados como faltantes no check-up. As dietas restritivas tem baixo sucesso pois os pacientes desistem rapidamente, a dieta personalizada e a compreensão de como os picos de açúcar no sangue ocorrem tem se mostrado como um formato mais duradouro.
Suplementação nutricional: Em alguns casos, a suplementação de nutrientes específicos, como ômega-3, vitaminas do complexo B e magnésio, pode ser recomendada para ajudar a apoiar a saúde mental e reduzir os sintomas de ansiedade.
Equilíbrio hormonal: A medicina funcional pode abordar o equilíbrio hormonal, identificando e tratando desequilíbrios que possam contribuir para a ansiedade, como o desequilíbrio de cortisol, hormônio do estresse.
Gerenciamento do estresse e melhoria do sono: A Cannabis desempenha um papel inovador na composição das terapias para redução da ansiedade permitindo a redução de secreção de cortisol, melhorando desta forma o sono, reduzindo estresse e compulsão alimentar. A medicina funcional ainda enfatiza a importância do gerenciamento adequado do estresse, através de técnicas como meditação, ioga, exercícios de respiração e outras práticas que ajudam a reduzir a ansiedade.
Detoxificação: Em alguns casos, a medicina funcional pode recomendar protocolos de desintoxicação para ajudar a eliminar toxinas do corpo, que podem contribuir para sintomas de ansiedade. Esta detoxificação pode incluir a parada ou redução de medicamentos que causam dependência como ansiolíticos, antidepressivos, Benzodiazepínicos entre outros.
Teleassistência em atividades físicas diárias: Em recente estudo, atividades físicas diárias de 20 minutos têm demonstrado melhor êxito na redução de stress que qualquer outro medicamento. Exercícios, principalmente no período da manhã, tem vários efeitos positivos, usam o excesso do cortisol, reduzindo estresse, aumentam a massa muscular (consumindo mais calorias), melhoram a qualidade do sono.
A Cannabis Medicinal apresenta resultados positivos no combate a depressão e ansiedade, em estudos clínicos e meta análises
Segundo a Dra. Ana Gabriela Baptista:
O estresse crônico imprevisível (ECI) é uma forma de simular a depressão em modelos animais para pesquisas laboratoriais. O hormônio do estresse, cortisol, é elevado em pacientes com depressão, além de outros circuitos de estresse que estão envolvidos na causa da depressão e provocam a redução do volume do hipocampo cerebral.
Um estudo buscou identificar as condições em que a administração de canabinóides promove a vulnerabilidade e a resiliência ao estresse. O uso de canabinóides foi capaz de reduzir os níveis de estresse crônico imprevisíveis, assim como sintomas ansiosos. Esses resultados podem auxiliar novas pesquisas que buscam aprimorar os tratamentos com canabinóides na depressão a longo prazo, traçando um maior perfil de segurança, além de orientar para o uso em outras condições que também tem o estresse como uma das causas. Ref (5)
No estudo clínico Base neural dos efeitos ansiolíticos do canabidiol (CBD) no transtorno de ansiedade social generalizada, conduzido por Dr. José Alexandre S Crippa, e originalmente publicado em 2010, ficou demonstrado que o uso do Canabidiol no combate a ansiedade é efetivo quando comparado a placebo:
Nesta coluna foram citados os seguintes temas que serão detalhados nas próximas edições:
Dieta Glicêmica, a sequência da alimentação afeta a absorção de gordura (triglicerídeos) : conheça como seu corpo absorve cada tipo de alimentos e como a sequência da alimentação altera os picos glicêmicos, e consequentemente quanto seu organismo gera de gordura (triglicerídios). Uma nova abordagem para dieta personalizada que permite emagrecer sem reduzir o consumo de calorias.
Teleassistência Diária para Atividades Físicas em Casa (seu personal pelo celular) : Conheça sua academia em casa, com eventos guiados por personal trainer através de uma aplicativo. São atividades de 20 a 40 minutos todos os dias, personalizados para suas necessidades e condicionamento físico, tudo em casa, sem necessidade de transporte de e para a academia.
Check-up Completo para Ingresso Em Terapia Personalizada : Saiba como funciona o check-up completo para identificar seus riscos de saúde e doenças, ajustes de posologia dos remédios que toma, saiba o que falta em seu corpo, como repor, e a forma que você possa escolher a melhor terapia integrativa personalizada às suas necessidades.
Bibliografia:
Ref.1. Meta Análise, pesquisa sistemática que vincula ansiedade a transtorno alimentar e obesidade
Attachment in individuals with eating disorders compared to community controls: A systematic review and meta-analysis – QingkeGuo, Sisi Li, Jingu Liang, XinxinYu* & Yiqing Lv
Ref 2. Meta Análise e Pesquisas Clínica sobre índice de ansiedade, sobre peso e an
A systematic review of reviews on the prevalence of anxiety disorders in adult populations
Olivia Remes1, Carol Brayne1, Rianne van der Linde2 & Louise Lafortune1
“The Increasing Prevalence of Anxiety Disorders in the United States” by Bruce J. Chorpita, Ph.D., and colleagues (Psychological Bulletin, 2002)
“Anxiety in America: A 50-Year Review of Trends in Anxiety Disorders” by Jean M. Twenge, Ph.D., and colleagues (Clinical Psychological Science, 2001)
“The State of Anxiety in America” by the American Psychological Association (2017)
Global Health Observatory (GHO) Data: The WHO’s Global Health Observatory provides a range of data on various health topics, including obesity. It offers country-level data on obesity prevalence and trends, enabling comparisons across countries and regions.
Global Burden of Disease (GBD): The WHO collaborates with the Global Burden of Disease study to estimate the burden of diseases and risk factors worldwide. The GBD study provides comprehensive data on obesity-related metrics such as prevalence, disability-adjusted life years (DALYs), and mortality rates.
Global Status Report on Noncommunicable Diseases (NCDs): The WHO regularly publishes global status reports on noncommunicable diseases, including obesity. These reports provide an overview of obesity prevalence, risk factors, and policy responses worldwide.
Childhood Obesity Surveillance Initiative (COSI): The WHO conducts the COSI program, which monitors and reports on childhood obesity prevalence in selected countries. The program collects standardized data on children’s weight, height, and related factors to assess obesity rates and trends among school-aged children.
WHO Multicountry Survey Study: The WHO has conducted multicountry surveys on various health topics, including obesity. These studies aim to gather data from multiple countries to assess the prevalence and determinants of obesity and inform public health strategies.
Estudos que demonstram efetividade do uso da Cannabis Medicinal em terapias para ansiedade
Medicinal cannabis for psychiatric disorders: a clinically-focused systematic review. Jerome Sarris , Justin Sinclair , Diana Karamacoska , Maggie Davidson , Joseph Firth
Clinical and functional outcomes of cannabis use among individuals with anxiety disorders: A 3-year population-based longitudinal study
Daniel Feingold Jürgen Rehm Hagai Factor 6, Avigayil Redler 6, Shaul Lev-Ran – PubMed
The CannTeen Study: Cannabis use disorder, depression, anxiety, and psychotic-like symptoms in adolescent and adult cannabis users and age-matched controls. Will Lawn , Claire Mokrysz, Rachel Lees, Katie Trinci, Kat Petrilli, Martine Skumlien5, Anna Borissova, Shelan Ofori, Catherine Bird8, Grace Jones3, Michael AP Bloomfield , Ravi K Das, Matthew B Wall, Tom P Freeman and H Valerie Curran
Cannabinoid treatments for anxiety: A systematic review and consideration of the impact of sleep disturbance. Andrea J. Narayan a, Luke A. Downey a b, Brooke Manning a, Amie C. Hayley
Ref.4: Dietas restritivas não apresentam resultado duradouro para perda e manutenção de peso.
Dose–response effects of exercise and caloric restriction on visceral adiposity in overweight and obese adults: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials Francesco Recchia, Chit K. Leung, Angus P. Yu, Welton Leung Danny J. Yu, Daniel Y, Fong, David Montero, Chi-Ho Lee, Stephen H.S. Wong , Parco M. Siu
Ref.5: Cannabis Medicinal (CBD E CBG) demonstram resultados positivos em estudos clínicos e meta análises.
Referência: Reuveni, N. et al. The antidepressant and anxiolytic effects of cannabinoids in chronic unpredictable stress: a preclinical systematic review and meta-analysis. Transl Psychiatry. 2022.
Dahlgren, M.K. et al. Clinical and cognitive improvement following full-spectrum, high-cannabidiol treatment for anxiety: open-label data from a two-stage, phase 2 clinical trial. Commun Med 2, 139. 2022.
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