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Canabidiol no tratamento do TEA: segurança e potencial terapêutico do CBD no Autismo


O arsenal terapêutico habitual no manejo do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) apresenta limitações claras em termos de eficácia e frequentemente está associado a efeitos colaterais importantes. Os derivados canabinoides, em especial o Canabidiol, surgem como uma ferramenta farmacológica promissora nesse contexto, uma vez que pesquisas clínicas demonstram a segurança e eficácia no controle de diferentes grupos de sintomas associados ao TEA. Neste conteúdo, falaremos dos mecanismos de atuação do Sistema Endocanabinoide nessa patologia e mostraremos como podemos utilizar os derivados canabinoides, em especial o CBD, no Autismo para alcançar melhores resultados com esses pacientes. Sistema Endocanabinoide e doenças neuropsiquiátricas As pesquisas em torno do Sistema Endocanabinoide (SEC) e das propriedades terapêuticas da Cannabis cresceram exponencialmente nas últimas décadas, mas ainda temos muito a desvendar sobre os mecanismos de atuação do SEC nas principais e mais prevalentes doenças neuropsiquiátricas como depressão, transtornos de ansiedade, Parkinson, Alzheimer e epilepsia. Com relação ao Autismo não é diferente, mas os estudos que já temos até o momento apresentam resultados bastante promissores sobre o uso de canabinoides como o CBD no tratamento da doença. O SEC desempenha um papel fundamental no neurodesenvolvimento e revisões bibliográficas como essa reúnem estudos pré-clínicos e clínicos correlacionando os mecanismos de atuação do SEC ao estado neuroinflamatório que caracteriza o TEA. >> Leia a revisão completa em: Healing autism spectrum disorder with cannabinoids: a neuroinflammatory story. Os achados científicos revelam, por exemplo, que os níveis sanguíneos de endocanabinoides como a anandamida (AEA) são mais baixos em crianças com autismo (em comparação com crianças neurotípicas), indicando que um desbalanço no tônus de funcionamento do SEC pode estar diretamente envolvido na etiologia e/ou progressão da doença. Nesse sentido, a modulação do SEC baseada em processos como neuroinflamação, neurogênese e funções cognitivas (como a memória) indica a ação potencialmente terapêutica dos canabinoides. Não à toa, estudos clínicos demonstram que comportamentos como autolesão e hiperatividade podem ser significativamente reduzidos com o uso de CBD. E muito importante, quanto ao perfil de segurança, os achados apontam que o CBD é uma opção muito bem tolerada pelos pacientes, sem apresentar efeitos adversos relevantes, que frequentemente aparecem no uso de outras medicações utilizadas nesses pacientes, como antidepressivos, antipsicóticos e psicoestimulantes. Confira mais detalhes a seguir! O uso do CBD no autismo Conforme as pesquisas científicas evoluem, surgem novas abordagens para o uso do CBD no autismo. Um exemplo é esta revisão sistemática conduzida pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) que traz estudos relacionando o uso dos canabinoides à redução da intensidade e do número de sintomas do TEA, como autolesão, hiperatividade, ansiedade, agressividade, agitação psicomotora e distúrbios do sono. Os autores ressaltam nesta revisão a propriedade terapêutica do CBD em alterar os níveis de glutamato, glutamina e GABA, que são substâncias que contribuem para a regulação da neurotransmissão excitatória e inibitória tanto em indivíduos neurotípicos como também em autistas. Além disso, as pesquisas contempladas nesta revisão sugerem uma melhora na cognição, sensibilidade sensorial, atenção, interação social e linguagem dos pacientes com TEA. >> Leia a revisão completa em: Cannabis and cannabinoid use in autism spectrum disorder: a systematic review. Também é destaque este estudo publicado pela Frontiers in Pharmacology realizado com pais que administram canabinoides para seus filhos com autismo. Foram avaliadas 53 crianças com idade média de 11 anos (4-22), que fizeram uso de CBD durante uma média de 66 dias (30-588). Os resultados mostraram que os episódios de autolesão e ataques de raiva (n=34) melhoraram em 67,6% dos pacientes e pioraram em 8,8%. Os sintomas de hiperatividade (n=38) melhoraram em 68,4% e pioraram em 2,6%, não havendo mudanças em 28,9% dos quadros. Os problemas relacionados ao sono (n=21) melhoraram em 71,4% dos pacientes e pioraram em 4,7%. Os transtornos de ansiedade (n=17) melhoraram em 47,1% e pioraram em 23,5%. A pesquisa mostrou ainda que os efeitos adversos mais comuns observados ao longo do experimento foram sonolência e alteração do apetite, porém, ambos com intensidade leve. >> Leia o estudo completo em: Oral Cannabidiol Use in Children With Autism Spectrum Disorder to Treat Related Symptoms and Co-morbidities. s.

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